Telemedicina no Tratamento da Enxaqueca e Cefaleias.
Telemedicina já é uma realidade em muitos países e pode se tornar um aliado importante no acesso ao diagnóstico e tratamento da enxaqueca e outras cefaleias no Brasil também.

Um problema global de acesso ao diagnóstico correto e tratamento é encontrar médicos com capacitação específica que estejam distribuídos em todo território do país.
Um estudo Norte-Americano, conduzido pela neurologista Deborah Friedman, da University of Texas Southwestern Medical Center, Dallas, testou um modelo de atendimento de pacientes com enxaqueca utilizado a telemedicina, onde os pacientes passavam em consultas com o neurologista utilizando uma plataforma de vídeo/áudio pela internet. O neurologista também tinha acesso ao histórico de registro médico do paciente.
Foram analisados 18 pacientes pelo sistema de telemedicina e 12 pacientes em consulta presencial, acompanhados por periodo de 12 meses. Os dados comparados entre os grupos foram:
– Porcentagem de consultas agendadas que foram realizadas;
– Número de dias com enxaqueca;
– Incapacidade gerada pela enxaqueca;
– Intensidade das crises
– Tempo de consulta;
– Opinião sobre telemedicina;
Ambos os grupos, atendidos por telemedicina ou presencialmente, apresentaram melhoras clínicas, sem diferença significativa entre os grupos.
No grupo telemedicina, em 92,7% dos agendamentos, a consulta foi realizada, contra 87% do grupo presencial. O tempo médio de consulta foi 34 min. no grupo presencial vs 25 min. no grupo telemedicina, com opinião semelhante entre os grupos quanto a esse quesito.
Na pesquisa de opinião sobre a conveniência na forma de consulta, 80% dos pacientes em consulta via telemedicina acharam “excelente”, contra 24 % no grupo presencial.
Ainda assim, houveram críticas à telemedicina como perda do contato humano com o médico, impessoalidade e até descrédito da capacidade de diagnóstico. Mas os resultados positivos com redução do tempo gasto em deslocamento, a não perder dia de trabalho pela consulta e outros foram destacados também. Esses dados mostram que a telemedicina pode ser de fato uma ferramenta útil e eficaz onde carência de profissionais capacitados e uma demanda enorme de cuidados nas cefaleias ainda são um problema mundial.
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https://doi.org/10.1177/0333102419868250