Enxaqueca, absenteísmo e presenteísmo: Um enorme impacto econômico no Brasil!

Um estudo brasileiro publicado nessa semana apresenta os custos relacionados à perda de dias de trabalho (absenteísmo) e queda de produtividade (presenteísmo) por cefaleias e enxaqueca no Brasil. O estudo foi publicado na Cephalalgia, revista da Internacional Headache Society, uma das pricipais revistas científicas da área da Neurologia.

Segundo o estudo, o absenteísmo/presenteísmo decorrentes das cefaleias causam um custo de R$ 67,6 bilhões por ano no Brasil. Só a enxaqueca (e a provável enxaqueca*) representa uma fatia de R$ 37,7 bilhões.

Em média, pessoas com cefaleias e enxaqueca perdem 16,8 dias de trabalho/ano ou trabalham 22,8 dias com redução de pelo menos 50% na produtividade. O custo anual estimado por pessoa pelo absenteísmo e presenteísmo decorrentes das cefaleias foi de R$ 728,0 e R$ 484,8, respectivamente. Importante, esses dados foram baseados na renda, prevalência e população brasileira de 2007, portanto dados atuais podem resultar em valores ainda maiores.

PNS 2013

Um outro dado alarmante reportado no estudo, com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde – PNS de 2013, o maior estudo sobre saúde do brasileiro feito pelo IBGE, Ministério da Saúde e FioCruz, as cefaleias e enxaqueca foram o 4° motivo de perda de trabalho, escola ou afazeres domésticos por motivo de saúde na população economicamente ativa, causando mais absenteísmo do que diabetes, depressão, câncer, asma, entre outras doencas. Tirando doenças infecciosas como gripes e resfriados, que são a causa n°2 na lista, as cefaleias e enxaqueca se tornam o 3° motivo de absenteísmo por saúde entre doenças crônicas não-comunicáveis, atrás apenas de doenças da coluna e doenças do cardiovasculares.

Esses dados evidenciam que as cefaleias e enxaqueca são um problema de saúde pública de extrema importância e que, além do impacto pessoal com o sofrimento e a dor, ainda causam enorme prejuízo à sociedade.

Segundo o Prof. Dr. Arão Belitardo de Oliveira, um dos autores do estudo, “A importância desses dados é colocar a enxaqueca e cefaleias no holofote das políticas públicas de saúde no Brasil, onde hoje os investimentos com prevenção, educação do paciente, ou cuidados específicos das cefaleias é zero.

Esse estudo teve apoio da ABRACES e, entre seus autores, encontram-se membros ativos como o Prof. Dr. Arão B Oliveira e o atual presidente da ABRACES, o Dr. Mário Peres. Disponibilizaremos o estudo no nosso observatório do nosso site em breve!

Para acessar o estudo original, clique no link abaixo:

https://doi.org/10.1177/0333102419889357

*: Provável Enxaqueca: Quando os critérios diagnósticos de enxaqueca são quase completos, faltando apenas um item.