Cefaleia em Salvas: Impacto Econômico e no Trabalho
A cefaleia em salvas (CS) é considerada uma das piores dores descritas pela medicina. Embora pouco prevalente na população (cerca de 124 casos por 100.000 habitantes), a CS impacta consideravelmente a vida dos portadores, refletindo também em elevado impacto econômico, como mostram estudos recentes.

CUSTOS MÉDICOS
Em um estudo conduzido nos EUA, pesquisadores analisaram dados de planos de saúde para comparar se pessoas com CS utilizavam mais esses serviços e quanto gastavam em comparação com quem não tinha CS.
Foram incluídos na análise mais de 6.562 pacientes com CS, comparados com 143.761 pessoas sem CS entre 2009 e 2014. Pacientes com CS utilizaram mais serviços de saúde (internações, consultas, exames) do que pessoas sem CS, resultando em gastos de $16.530,00 dólares por paciente, contra $7.197,00 em pessoas sem CS.
Importante mencionar, esses custos se deram além das queixas por cefaleias, com outras comorbidades neurológicas e gastrointestinais presentes também. A estimativa desse estudo, extrapolando para toda a população dos EUA, foi de que a CS pode resultar em um impacto econômico da ordem de 2,8 bilhões de dólares nesse país.
SITUAÇÃO DE TRABALHO
Em um estudo sul-coreano, incluindo pacientes com cefaleias de 15 clínicas entre 2016 e 2018, os pesquisadores compararam dados de situação de trabalho e ocupacionais de 143 pacientes com CS, 38 pacientes com outras cefaleias (enxaqueca e cefaleia tensional) e 52 pessoas sem cefaleias.
A proporção de pessoas empregadas foi menor nos pacientes com CS (67%) em comparação com outras cefaleias (84%) e sem cefaleias (96%). A proporção de pacientes com salvas em trabalho autônomo (17,6%) ou temporário (15,4%) foi maior do que em pessoas com outras cefaleias (7,9% para ambos tipos, autônomo e temporário) ou sem cefaleias (1,9 % para ambos tipos, autônomo e temporário).
Esses dados refletem a dificuldade de pacientes com CS em permanecer em trabalhos regulares pela incapacidade causada pelas crises.
ATESTADO MÉDICO
Ainda nesse estudo sul-coreano, foi mostrado que pacientes com CS necessitaram mais atestados médicos (39,4%) em comparação com pessoas com outras cefaleias (13,9 %) ou pessoas sem cefaleias (3,4%).
Em outro estudo, na população da Suécia, foi comparado dados de atestado médico e afastamento por doença entre 3.240 pacientes com CS e 16,200 pessoas sem CS no ano de 2010.
Pacientes com CS estiveram em média 16 dias afastados, enquanto que a média de dias afastados no grupo sem CS foi de 6,5. Esses dados de absenteísmo anual nesse estudo sueco são semelhantes aos reportados por um estudo no Brasil para cefaleias e enxaqueca e mostram como a CS impacta a vidas das pessoas, assim como a economia e sociedade como um todo!
#MÊSDASCEFALEIAS
Em junho, a comunidade de pacientes com cefaleias celebra o mês da enxaqueca e cefaleias no mundo todo. Ajude a espalhar informação e aumentar a conscientização sobre a cefaleia em salvas! Compartilhe esse artigo e siga a hashtag #mêsdascefaleias para achar nossos posts relacionados nas mídias!
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